“SPREAD-ED – Sepsis Prevalence Assessment Database in Emergencies Department”
Perfil epidemiológico da sepse em emergências brasileiras: prevalência, características clínicas e letalidade
A sepse tem hoje incidência crescente e é responsável por elevado número de óbitos. O estudo SPREAD conduzido pela atual equipe de investigadores em 229 unidades de terapia intensiva (UTI) de todas as regiões brasileiras, mostrou letalidade elevada, em torno de 55%. Já o Instituto Latino Americano de Sepse, em seu banco de dados de instituições com implementação gerenciada de protocolos de sepse, aponta para letalidade mais elevada em pacientes admitidos em UTI provenientes dos serviços de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde (SUS) do que em pacientes da saúde suplementar (53,1% e 25,8%, p<0,0001).
Entretanto, não se sabe qual é a real prevalência e mortalidade da sepse no Brasil, pois não há dados de pacientes admitidos nos serviços de urgência que não são internados em UTI. Além disso, grande parte dos dados disponíveis se restringe as regiões Sul e Sudeste. Assim, se justificou a realização de estudo visando obter informações sobre prevalência, adequação do tratamento e letalidade de pacientes com sepse admitidos em serviços de urgência e emergência. O objetivo primário do estudo SPREAD PS foi avaliar a prevalência de sepse e choque séptico em serviços de urgência de hospitais nas diferentes regiões geográficas brasileiras. Entre os objetivos secundários temos a determinação da mortalidade e os fatores a ela associados, a avaliação da disponibilidade de recursos nessas instituições e a identificação de possíveis diferenças entre as regiões geográficas e entre hospitais ligados prioritariamente ao Sistema Único de Saúde e aqueles ligados a saúde suplementar. Nesse sentido, por meio de um corte transversal, foi formada uma coorte prospectiva, incluindo todos os pacientes com sepse e choque séptico admitidos nas unidades participantes. Cada instituição coletou dados em 3 dias distintos, durante a semana do estudo, tanto de pacientes previamente admitidos como aqueles admitidos nos dias do estudo. Foram coletados as características demográficas dos pacientes, dados sobre a infecção atual, escore de gravidade Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e quick SOFA (qSOFA), tempo de diagnóstico da sepse e aderência a indicadores de tratamento, baseados no pacote de 6 horas da Campanha de Sobrevivência a Sepse. Foram registradas transferências para outras instituições, para unidades regulares de internação ou UTI. Os pacientes foram acompanhados até a alta hospitalar ou até o dia 60 após a inclusão.
Parecer do CEP
Instituições colaboradoras
Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), Brazilian Research in Intensive Care Network (BRICNET), Associação Brasileira de Medicina de Urgência e Emergência (ABRAMURGEM) e Associação Brasileira de Medicina de Emergência (ABRAMEDE).
Status do estudo
Concluído. Publicado na Internal and Emergency Medicine Journal – https://rdcu.be/c4LyS