COSTS II

COSTS II – Características clínicas e fatores de risco para mortalidade em pacientes sépticos internados em terapia intensiva de hospitais públicos e privados brasileiros.

Objetivo

O objetivo do presente estudo foi avaliar as características clínicas e fatores de risco para mortalidade em pacientes sépticos internados em terapia intensiva de hospitais públicos e privados.

Métodos

Foram incluídos os pacientes pertencentes ao estudo COSTS, com diagnóstico de sepse grave ou choque séptico, admitidos em unidades de terapia intensiva de hospitais públicos e privados. A coleta de dados foi feita através do banco de dados original desse estudo, coleta prospectiva, e pela análise retrospectiva do prontuário, onde foi avaliada a aderência as diretrizes de tratamento e determinado o tempo de disfunção orgânica. Esse foi definido como o tempo decorrido entre a instalação da primeira disfunção e o momento do seu diagnóstico. A análise estatística foi realizada com o auxílio dos programas EPI-INFO, versão (TM) 3.4.1, CDC e WHO, 2000, GraphPad Prism® 5 for Windows – versão 5.0 – 2007 e SPSS 17.0 package for windows.

Resultados

Os pacientes de hospitais públicos apresentaram-se com menor mediana de idade, menor frequência de comorbidades e de choque séptico, maior escore SOFA no momento do diagnóstico, maior número de disfunções orgânicas, maior frequência de foco abdominal e maior mortalidade. Esses pacientes tiveram maior tempo entre a disfunção e o diagnóstico, com menor frequência de pacientes com diagnóstico em 1 hora. No tocante a tratamento, apresentaram menor tempo para administração de antibióticos, com maior aderência a esse indicador. Em contrapartida, a aderência para coleta de lactato, hemoculturas, otimização de PVC e controle glicêmico foi menor do que a dos hospitais privados. Na regressão logística restaram no modelo idade, presença de choque séptico e foco intrabdominal, número de disfunções, mortalidade hospitalar, diagnóstico em até 1 hora, aderência a coleta de lactato e controle glicêmico. Os fatores de risco relacionados a mortalidade da população global foram, na análise multivariada, idade, escore APACHE II, escore SOFA do diagnóstico, infecção hospitalar, hospitais públicos e controle glicêmico. Foram analisados os fatores de risco em cada um dos perfis de hospital. Nos hospitais públicos associaram-se a mortalidade a idade, escore APACHE II, disfunção hematológica e diagnóstico em mais do que 1 hora. Já nos hospitais privados, permaneceram no modelo logístico a idade, escore SOFA e controle glicêmico.

Conclusão

Hospitais privados apresentam-se com pacientes mais graves, no tocante a idade, comorbidades e presença de choque séptico. Entretanto, os pacientes de hospitais públicos, talvez pelo significativo aumento do tempo de disfunção, apresentam-se, no diagnóstico, com maior número de disfunções orgânicas. A mortalidade foi maior nos hospitais públicos. Os fatores de risco em ambas as instituições são aqueles classicamente relacionados a mortalidade por sepse. Entretanto, o tempo de disfunção orgânica constituiu fator de risco para mortalidade apenas nos hospitais públicos.

Empresa patrocinadora

Eli Lilly do Brasil

Status do estudo

 Concluído. Em redação para submissão para publicação.

Compartilhe

Relacionados

Nós usamos cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência em nossos serviços e recomendar conteúdo de seu interesse. Ao utilizar nosso site, você concorda com tal monitoramento e nossa política de privacidade.